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Tá na hora de sair de casa

Posted by Thais Roland on quinta-feira, janeiro 03, 2013 in , , ,
Historicamente, sair cedo da casa dos pais é coisa de meninos.

Ou isso está mudando drasticamente ou meu círculo de amigos está ficando muito mais homogêneo do que eu percebo.

Sair de casa cedo foi, pra mim, uma parte fundamental no meu crescimento, amadurecimento e desenvolvimento, além de melhorar sensivelmente o relacionamento com meus pais, que vinha se desgastando com a natural rebeldia da adolescência.


Passei por várias fases, todas igualmente importantes para o auto-conhecimento, e que não deixo de achar que todo mundo deveria passar.

Morei muito tempo sozinha. Era perfeito pra independência. Ter um espaço só meu, poder fazer nele o que eu quisesse, poder voltar pra casa ou não dependendo apenas da minha vontade, receber quem eu quisesse, enfim... tudo do meu jeito. Mas morar sozinha pode ser extremamente solitário.

Já morei com parentes também. É bem diferente de morar com os pais. A casa nunca é sua e eu sentia a obrigação de ser formal o tempo todo, não formal de reunião de empresa... mas formal de relacionamento com a família que não é nossos pais... aquelas pessoas que você conhece desde que nasceu, mas com quem você nunca vai ter a mesma intimidade que tem com seus pais.

Também já morei em República, com pessoas que não conhecia. Acho que esta foi a pior fase pra mim. Morar desta forma é uma loteria, onde você pode dar a super sorte de dividir espaço com alguém que tem as mesmas características que você ou com alguém completamente diferente de você. Mesmo sendo uma pessoa extremamente paciente e tolerante acabei me desentendendo com minha colega de quarto mais de uma vez durante esse período, por coisas desnecessárias, portanto, não gostei da experiência.

Já fui casada também. Morar com o cônjuge foi uma experiência ímpar. Até então nunca tinha nem apresentado muitos namorados pros meus pais, quanto menos dividir o teto com alguém com quem eu estivesse realmente comprometida. Achei interessante essa coisa de dividir a vida, não só a casa. Pra mim foi uma fase de se perder e se encontrar internamente diversas vezes.

Hoje divido apartamento com amigos. A melhor fase de moradia até agora na minha opinião. Claro que tenho que admitir que dei muita sorte em conseguir dois amigos muito parecidos comigo para dividir a casa, o que facilita muito as coisas, mas ter idéia do seu comprometimento com seus companheiros de moradia é fundamental. Respeitar o espaço das pessoas e ter seu espaço respeitado.

Chamamos nossa casa de República mas ela não é uma. Não temos rotatividade de moradores. Ela só se parece com uma República porque amigos nos visitam o tempo todo, não nos preocupamos demais com a arrumação do ambiente e a geladeira está sempre repleta de álcool. hahaha

De qualquer forma, o mais importante nisso tudo é a experiência, em cada situação. Não acho que alguém consegue realmente se descobrir morando com os pais aos trinta e tantos anos de idade. Não que eu esteja criticando (sei lá... acho que estou, né?) mas tem coisas pelas quais uma pessoa nunca vai passar até ter que tomar conta do próprio nariz sozinha de verdade.

Mas, né? Quem sou eu pra dar pitaco. Só o que posso fazer é garantir que a experiência de sair de debaixo das asas dos pais é divertida, ainda que trabalhosa. Enfim... acho que é só uma coisa pra se pensar já que mais um ano tá começando, né? ;)

Beijocas e até o próximo!

7 Comments


Conheço uma pessoa que está com seus 37 anos, e ainda mora com os pais. Estava noivo, iria se casar, mas nos finalmentes, terminou, dizendo que não queria sair da casa dos pais (ele disse isso, sério).

Não sei o que dizer, mas foi a escolha dele...

Eu me arrependo de não ter saído antes, com meus 15 ou 16 anos... mas acho que nessa idade ainda se poderia fazer besteira... hehehehe.....


Sim, experiências ímpares de moradia, já passei por quase todas estas e ainda algumas que não estão aí e faço coro em afirmar que a atual é a melhor experiência de todas!

Adoro morar com vcs dois, seus malucos.

Que a vida permita que a gente possa buscar mais e mais... BUSCA VIDA!


Andrielli, também conheço gente assim e me admiro com a atitude e as explicações... Mas cada um sabe do seu, né? Só acho que estão perdendo muita coisa.

Li, também amo morar com vcs dois! :) Seremos uma família pra sempre, não importa o que aconteça.


Muito bem, eu aceito tudo que voce disse aí, morar com os pais a vida toda não acho que é bom nem saudável pra nenhum dos lados, concordo quando voce diz que o relacionamento de pais e filhos melhoram quando se separam, mas, isso só acontece quando a gente, nós pais, temos confiança suficiente nos filhos, tudo o que acontece enquanto fora das nossas asas é responsabilidade única e exclusiva de quem faz....lembrando o ditado "o que olhos não veem o coração não sente", isso é fato.
Mas é necessário para o crescimento de todos envolvidos.
Agora me sinto muito bem de saber que voce e seus companheiros de república estão se dando assim tão bem, e espero que seja sempre assim, tambem gostei muito da Liana e do Juninho, e torço para que voces continuem assim...beijos a todos.....


Os pais confiam nos filhos quando sabem que os criaram bem. ;)


Quase fui morar em SP em 2008. Mas achei que não iria compensar. Acabou que mora com meus pais até hoje e nos próximos anos se a minha vontade de trampar na globo local se realizar, não vejo uma mudança desse quadro.


É... cada um com seu cada qual, né...

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